sábado, 21 de janeiro de 2012

O infantilismo de Gideão




Gideão e o deus das infantilidades

Gideão ficava de tal modo desconfiado quando era visitado por Yahveh/El, que exigia-lhe repetidamente sinais de seu poder. Mas pode-se dizer que Gideão não era muito exigente nos sinais:
-          preparou um cabrito e colocou-o em cima de uma pedra, de modo a Yahveh colocar fogo para assar a carne; 
-          noutra situação, colocou um tufo de lã no lado de fora da sua casa e desafiou El fazer com que, durante a noite, o orvalho caísse apenas no tufo de lã; no dia seguinte o chão estava seco mas o tufo de lã estava ensopado; 
-          finalmente, ainda não satisfeito com as demonstrações anteriores, Gideão, ainda com o tufo de lã, desafiou El a fazer com que o orvalho caísse em todo o lado menos no tufo; no dia seguinte o chão estava todo molhado mas o tufo estava seco.

Com este nível infantil de convicção, qualquer um que estivesse perto de Gideão, naqueles dias, munido de umas brasas e de um regador, poderia fazer-se passar por Deus (Juízes 6).
Mas o infantilismo continua na história militar de Gideão.


Buzinas - perigosas armas de guerra

Uma coligação liderada por midianitas preparava-se para atacar as tribos de Israel, de modo que Gideão fez uma recruta generalizada e juntou 32.000 homens. Mas Yahveh ordenou-lhe que diminuísse o exército, porque iria ajudá-los a ganhar a guerra e não queria que os israelitas ficassem presunçosos a ponto de afirmar que tinham ganho por mérito próprio, uma vez que possuíam um grande exército. De modo que Yahveh disse a Gideão que levasse os homens a beber água e escolhesse aqueles que bebiam a água de pé, levando a mão à boca, e excluísse os que bebiam água lambendo como os cães ou que bebessem a água de joelhos. No fim, Gideão ficou com uma pequena unidade de trezentos homens, cada um armado de um jarro, uma buzina e uma tocha. À meia-noite foram para perto do acampamento inimigo e, em uníssono, espatifaram os jarros no chão e tocaram as buzinas, causando tal pânico e confusão no inimigo que estes viraram-se uns contra os outros (Juízes 7).

No fim desta “guerra”, os homens da tribo de Efraim repreenderam Gideão, dizendo-lhe: “que nos fizeste, não nos chamando quando foste pelejar contra Midiã?”.

Numa situação idêntica, os homens de Efraim também ficaram melindrados com outro juíz, Jefté.


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