domingo, 28 de outubro de 2012

Mateus - Contradições Internas da Doutrina





Em Mateus encontram-se muitas contradições dentro do próprio texto, mostrando que o autor, com o zelo de transcrever e desenvolver textos já existentes nas suas várias fontes, não verificou a compatibilidade entre estes. Vamos então ver estas contradições existentes em Mateus, algumas delas em frases atribuídas a Jesus.

Para começar esta lista de inconsistências e contradições, quando Jesus aproximou-se de João Baptista para ser baptizado, este já sabia que Jesus era o Messias e recusou-se a baptizá-lo mas, mais tarde, enviou mensageiros para perguntar a Jesus se ele era realmente o Messias.

João Baptista sabe que Jesus é o Cristo
João Baptista não sabe que Jesus é o Cristo
Mateus 3:13-17 Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele. Mas João o impedia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Jesus, porém, lhe respondeu: Consente agora; porque assim nos convém cumprir toda a justiça. ...
Mateus 11:2-3 Ora, quando João no cárcere ouviu falar das obras do Cristo, mandou pelos seus discípulos perguntar-lhe: És tu aquele que havia de vir, ou havemos de esperar outro?


No famoso “Sermão do Monte”, Jesus glorifica os pacificadores mas mais tarde confessa que ele próprio, ao invés de ser um pacificador, veio para trazer a guerra e a divisão dentro das próprias famílias.

Jesus prega a paz
Jesus prega a divisão
Mateus 5:9 Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.
Mateus 10:34-35 Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra;


Neste mesmo discurso, Jesus aconselha a que se façam as boas obras de modo ostensivo para que todos saibam mas, mais tarde, diz que as boas obras devem ser realizadas de modo discreto.

Boas obras devem ser exibidas
Boas obras devem ser discretas
Mateus 5:16 Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
Mateus 6:1 Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis recompensa junto de vosso Pai, que está nos céus.


Jesus, a dada altura, explica aos apóstolos a ética do perdão. Primeiro começa por explicar um processo de conciliação com um máximo de três tentativas. Mas, logo a seguir, explica que se deve perdoar as ofensas setenta vezes sete (quatrocentas e noventa vezes?)

Deve-se tentar a conciliação por três vezes
Deve-se perdoar setenta vezes sete
Mateus 18:15-17 Ora, se teu irmão pecar, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, terás ganho teu irmão; mas se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada. Se recusar ouvi-los, dize-o à igreja; e, se também recusar ouvir a igreja, considera-o como gentio e publicano.
Mateus 18:21-22 Então Pedro, aproximando-se dele, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu hei de perdoar? Até sete? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete.


A mãe de Tiago e João pede a Jesus que conceda lugares de destaque aos seus filhos à sua direita e esquerda. Jesus responde que não pode mas, mais tarde, diz aos discípulos que tem todos os poderes nos céus e na terra.

Jesus não tem tanto poder
Jesus tem todo o poder
Mateus 20:21-23 ... Ela lhe respondeu: Concede que estes meus dois filhos se sentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino. ... Então lhes disse: O meu cálice certamente haveis de beber; mas o sentar-se à minha direita e à minha esquerda, não me pertence concedê-lo; mas isso é para aqueles para quem está preparado por meu Pai.
Mateus 28:18 E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.


Nos últimos dias de Jesus, uma mulher desconhecida derramou um caríssimo óleo perfumado na cabeça de Jesus, causando a indignação dos discípulos por causa do desperdício de dinheiro que poderia servir de caridade aos pobres. Jesus justifica a opção da desconhecida porque os pobres sempre estarão com os discípulos, mas ele não. Mais tarde Jesus rectifica a sua opinião e diz que afinal estará com os discípulos para sempre.

Jesus não estará sempre com eles
Jesus estará sempre com eles
Mateus 26:11 Porquanto os pobres sempre os tendes convosco; a mim, porém, nem sempre me tendes.
Mateus 28:20 ... e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.



Será que Jesus foi assim tão contraditório? Ou será que o autor é que foi contraditório? Será que alguma vez teremos resposta para estas perguntas?


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