sábado, 23 de maio de 2015

Assírios e Babilónios (Parte 2) - Os Primórdios




Os Primórdios

Com origem em Canaã, os Hicsos foram à procura de aventuras militares no Egipto e acabaram por aí fundar uma dinastia semítica – a XV dinastia de reis egípcios que governou desde 1650 até 1550 a.C.

Os mais prestigiados cananeus foram, no entanto, os fenícios. Foram os que desenvolveram o comércio internacional no Mediterrâneo e criaram o alfabeto que foi a base da grafia de muitas línguas ocidentais dos três últimos milénios.

Em Ugarit (Ras Shamra, na parte mais a norte do território canaaneu) foi encontrada uma biblioteca de escritos em tábuas de argila de volta de 1300 a.C. Muita dessa literatura assemelha-se a textos do Antigo Testamento e alguma dela versa sobre o deus Baal. A língua ugarítica é da família das línguas semitas e a cultura é claramente canaaneia.

Os hebreus terão tido origem na família de etnias do sul de Canaã, com influência egípcia. No entanto sempre quiseram ver-se à parte das etnias canaaneias. Na Bíblia há uma compulsão por parte dos diversos autores para distinguir os hebreus e retratar os (outros) cananeus como sendo povos detestáveis (veja-se o caso de Jezebel, princesa fenícia). Isto é muito injusto, porque enquanto os fenícios desenvolviam uma avançada civilização marítima, os hebreus ainda se dedicavam a uma primitiva actividade pastorícia.


Tribos de hebreus

O grupo dos hebreus terá surgido por confluência de tribos com elevada afinidade entre si que terão coalescido em alianças de protecção contra inimigos comuns como, p.ex., os sírios (arameus), os árabes, os egípcios, os mesopotamicos, etc.

Lendas e contos épicos sobre uma origem comum reforçariam os laços dessas tribos. Por exemplo, a personificação das tribos como vários irmãos com um pai comum chamado Yakov (Jacob) ou Israel.

Uma carta enviada ao faraó Akenathen (1353–1336 AEC) refere um povo com o nome "Apiru" que provavelmente seriam os "Hebreus". 

Pensa-se que a Estela de Mernepta refere o nome "Israel" numa lista de povos derrotados pelo faraó Mernepta (1236-1223 AEC).


Reino Hebreu Unificado

A Bíblia fala de um reino, que a cronologia tradicional coloca entre os séculos XI e X AEC, unindo várias tribos, que teve os seguintes reis: Saúl e Isbosete da tribo de Benjamim; David e Salomão da tribo de Judá. A Bíblia é muito detalhada na descrição destes reis, mas a arqueologia tem pouco a dizer para confirmar.


A divisão: Judá e Israel (Efraim)

Segundo a Bíblia, a casa real e a elite do Reino Hebreu Unificado pertenciam às tribos de Judá e Benjamim. Medidas opressivas contra as outras tribos e um endividamento excessivo, no final do reinado de Salomão, lançaram as sementes para a divisão. Quando Roboão, filho de Salomão, já era rei, emissários das tribos oprimidas, liderados por Jeroboão, foram exigir melhores condições mas Roboão não só recusou como ainda piorou as condições. Por isso, ocorreu a secessão (ou divisão) do reino originando o Reino de Judá, ao sul, e o Reino de Israel no norte, sendo Jerusalém e Siquém as respectivas capitais. Jeroboão fez-se rei do norte de Israel e Roboão ficou rei de Judá.

É importante sublinhar que não existem evidências arqueológicas de um reino unificado nem dos primeiros reis dos dois reinos de Israel e Judá, pelo menos até ao século VIII AEC.

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